Senhora
presidente Dilma Roussef:
Pra
começar, acabe com essa bobagem de fazer questão de ser chamada
presidenta.
Por
certo V.Excia. não denomina as jovens como adolescentas, nem
gostaria que alguém afirmasse que a Sra. é eleganta (elegante é,
sem dúvida), ex-gerenta das Minas e Energia, que foi pacienta do
Sirio-Libanês; que deve ter sido boa estudanta, e é nossa mais
importanta representanta a lutar pelos brasileiros de forma ardenta
(certo estou do contrário, mas leia este texto até o fim que a Sra.
pode mudar isso).
Soa
feio, Sra. presidente, o que ajuda a piorar a percepção de ruindade
do seu governo. Pior: alguns especialistas em Português afirmam que
é ortograficamente errôneo.
Eu
lhe proponho uma coisiquinha de nada, mas que vai deixar a Sra.
orgulhosa e sorridenta..., ops..., sorridente, podendo mesmo ganhar
algum Nobel, e quem sabe até ser sacralizada pelo Vaticano, porque
tratar-se-á de um milagre para o seu povo!
Seguinte: tendo a Sra. tornado-se refém da politicalha salafrária, corrupta e sub-reptícia; boicotada, apunhalada pelas costas inclusive por maganos do seu próprio partido, que querem vê-la pelas costas a fim de elegerem Lula, que é na realidade a abelha-rainha (abelho-rainho..., viu como não soa bem?) dessa entourage, rompa com eles.
Isso
mesmo. Os malufs, os sarneys, os renans da vida, os mensaleiros e a
própria divindade deles (o nove dedos), mande-os para o diabo que os
carregue.
Não
lhes peça mais conselhos, não lhes dê atenção, negue-lhes tudo.
-
Mas aí estarei ferrada de vez, José Henrique. Eles vão dar um nó
górdio na já combalida governabilidade. Vai de vez para o espaço!
Pode
ser que não. Embora a Sra. não vá poder governar somente com
medidas provisórias, usando inteligência, talento, capacidade de
articulação com auxiliares certos nos lugares certos, a população
pode se tornar o seu Congresso.
Aí
é que está a pedra filosofal! Transformar as manifestações de rua
em um Poder Legislativo alternativo, porém com mais força e
legitimidade que o convencional.
A
Sra. pode conseguir tal feito, neutralizando as intercorrências
políticas negativas.
A
acusação de que a Sra. estaria atraiçoando não só esses
políticos em si, mas sobretudo os eleitores deles, seus
representados, seria eficientemente contestada com o fato de que
eles só representam a si próprios, usando o voto popular para
satisfazer os próprios interesses. Todo mundo tá careca de saber disso.
Então
a Sra. não estaria traindo ninguém. Ao contrário, estaria dando
uma prova cabal de fidelidade ao seu povo.
Eu
até fiz um texto sobre essa questão, enfocando minha região, minha
cidade.
Mas é preciso coragem,
vontade de quebrar paradigmas, o que a Sra. pode ser que tenha.
Não
se gaba a Sra. de ter sido combatente da revolução de 1964? De ter
sido corajosa ante os verdugos calçados de coturno e vestidos de verde-oliva? De ter
arrostado agentes da repressão munidos de cassetetes, correntes e
maquininhas de choque elétrico?
Resista de novo, Sra. presidente.
Reduza
os 39 ministérios para uns cinco ou seis; Acabe com os cartões
corporativos; renuncie à inacreditável vaidade de gastar R$ 700 mil só
para beijar a mão do papa, e viagens outras de igual diapasão.
Seja
austera e cobre austeridade; mande concluir as obras de transposição do
Rio São Francisco; sepulte a ideia do trem-bala; invista tudo o que
puder na Educação e na Saúde públicas, inspecionando com microscópio
eletrônico o gasto de cada centavo.
Volte
com as faxinas, abuse dos dedetizadores; desempaque o PAC; desaloje de
suas deliciosas sinecuras as sanguessugas do povo brasileiro; combata
carteis e monopólios; invista na infraestrutura e otras cositas más.
Ah!
E antes que esqueça, dê-me algo em troca destes conselhos, algo até
singelo: mande pros quintos dos infernos o malfadado e infame horário de
verão!
Sra.
presidente. Minhas proposições são delirantes? São. São praticamente
inexequíveis? São. Estou planando por ares nunca dantes planados? Sim.
Mas
também, sim, milagres existem. E se a Sra. não conseguir produzir um,
pode mandar emitir as passagens para aquele cruzeiro marítimo a partir
de 1/1/2015, na melhor hipótese, porque a Sra. poderá até mesmo
antecipar essa viagem!
Não diga que não avisei!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicação e arte: Ciro Novaes Fernandes.
ÓTIMO!
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