AS COMEMORAÇÕES CONTINUAM...

"Alem do nove dedos, muita gente deve dar explicações. Vejamos:
1 – como, por que os oficiais da Forca Aérea admitiram levar a madame a bordo do Aerolula sem o nome dela constasse da relação da comitiva oficial?
2- idem para o chefe do Gabinete Militar e todos os responsáveis pela segurança da aeronave e da comitiva.
3 – quem foi o responsável da Casa Civil ou do Gabinete Militar por alojar a madame, se ela não fazia parte da comitiva? Inocentemente pergunto se ela ocupou a suite presidencial.
4 – quem era o chefe imediato da Rose que autorizou seu afastamento do local de trabalho? Ela foi descontada no salário pelos dias faltosos?
5- ela recebeu diárias? Quem autorizou o pagamento das diárias? Houve publicação no Diário Oficial ou em alguma publicação da Presidência da Republica?
6- se a madame não fazia parte da comitiva oficial, como adentrou ao quartel da Forca Aérea onde esta localizado o aeroporto militar e como teve acesso ao Aerolula? Como a segurança permitiu seu embarque.
7- quem autorizou tudo isto?
8- ensinam os militares que ordem ilegal não se cumpre. Como os oficiais das Forcas Armadas, responsáveis pelo transporte e segurança da comitiva presidencial aceitaram cumprir ordens ilegais? De quem partiu a ordem para conduzir a madame no voo?
9- O Gabinete Militar, o Exercito, a forca Aérea apuraram responsabilidades? Ou se omitiram e foram coniventes com as safadezas do comandante-em-chefe?
10- algum oficial do Gabinete Militar – piloto, ministro, responsável pela segurança – registrou a presença da clandestina a bordo da aeronave oficial? Se sim, quais as providencias tomadas? Se não, quais as providencias tomadas em relação a omissão e a inoperância deles?
São perguntas que não querem calar. Não só o sapo barbudo, mas muitas outras autoridades devem explicações."(Publicação na Veja).

Mesmo depois de 200 dias, tentam colocar este escândalo como assunto pessoal, afeito a Lula e Marisa Letícia. Mas, permito-me ir além. Quero sim o nosso dinheiro de volta. E eu exijo a punição pelo uso indecente, indecoroso, imoral e aético deste comportamento que demonstra, na mais perfeita fotografia da Era da Mediocridade, a confusão proposital entre o público e o privado. Entre a limpeza e a privada.

Não é só o uso das benesses do poder. Das viagens, empregos a apadrinhados e Blue Label sempre a bordo. É o uso do nosso dinheiro (e impostos) para pagamento de uma “amiga íntima”. Nem para isto – atos digamos, tão pessoais – Lula pensou em bancar do próprio bolso. Usou diversos dias de trabalho de centenas ou milhares de brasileiros para fazer frente aos “gastos”. 

Não me interesso por detalhes – certamente sórdidos – deste relacionamento bancado com a falta de respeito com o dinheiro público. O que faziam em voos ou em embaixadas. Creio que o Brasil deva ser poupado dos mesmos.
O que um homem decente faria, nesta situação? Assumir o erro. Assumir o que acha que deve em âmbito familiar, a critério do mesmo, se julgar que deva.

Um homem público tem que se explicar. Se tivesse – não é o caso – a noção do que fez e do desrespeito cometido a todo um país. Diversos políticos em todo o mundo pegos no mesmo comportamento (sem usar, obviamente, o dinheiro público, pois deste modo em democracias consolidadas estariam presos!) fizeram este mea culpa.
A verdade que só homens decentes agiriam – e agem – deste modo.
Não é o caso.