Entre as notas fiscais apontadas como irregulares pelos técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pediram a rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff nas prestações da campanha de 2014 estão as emitidas pela Focal Confecção e Comunicação Visual. Segunda maior fornecedora da campanha da presidente – recebeu 24 milhões de reais do PT –, a empresa tem como um dos sócios Elias Silva de Mattos, que até o ano passado declarava ser motorista e recebia salário de cerca de 2.000 reais mensais, informa reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a reportagem, a empresa está localizada em São Bernardo do Campo e declarou ter prestado serviços na área de montagem de eventos. O motorista Mattos passou a integrar o quadro societário em 29 de novembro do ano passado, com participação de 3.000 reais. Já a outra sócia, Carla Regina Cortegoso, tem cota de 27.000 reais na empresa. Procurado pelo jornal para tratar do caso, Mattos afirmou: "Eu sabia que ia virar transtorno na minha vida". E prosseguiu: "Eu não posso dar entrevista, não estou preparado para falar". Sugeriu ainda à reportagem que fosse falar "com eles", referindo-se à empresa.
O ministro Gilmar Mendes, relator da prestação de contas, enxerga "fortes indícios" de que o PT se beneficiou de doações acima do teto legal. Mendes pediu à Receita Federal dados complementares sobre cinco companhias que contribuíram com a campanha de Dilma: a Saepar Serviços, a Solar BR, a Gerdau Aços Especiais, a Ponto Veículos e a Minerações Brasileiras Reunidas. O total doado pelas companhias ultrapassa os 10,6 milhões de reais.
"Invertendo a poesia do grande poeta mineiro, numa licença política e não poética: Há muitos caminhos no meio dessa pedreira no meio dessa pedreira há muitos caminhos no meio dessa falta de vergonha há muito descaramento no meio dessa falta de vergonha".
Fontes: Folha de São Paulo e Revista Veja.
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