terça-feira, 19 de novembro de 2013

A OPOSIÇÃO NA INTERNET!


Os nove erros da oposição na internet.

Já são 17 anos de internet e uma década de blog. No meio do caminho, três campanhas presidenciais – as três amargando derrotas para o PT -, muita...
s lições aprendidas e a fúria de ver gente que se diz de oposição cometer sempre os mesmos erros na internet.

Desde 2002, quando os debates eleitorais na web ficavam restritos às salas de bate-papo e aos GDs – grupos de discussão - do UOL, passando pela pancadaria da área de comentários do Blog do Noblat, e culminando com estes tempos de Twitter e Facebook, são sempre os mesmos malditos erros.

Se ao longo de uma década relutei para escrever um post assim foi porque há, nesta atitude, um erro estratégico: ele torna públicas as nossas mazelas, fornecendo aos nossos adversários políticos um guia seguro para sermos, mais uma vez, derrotados.

E, antes de se ofender e começar a recitar um mimimi na área de comentários deste post, leia estes são erros que você jamais verá um petista cometer na internet:


1. Não entender o papel da internet nas campanhas.
Internet não decide eleição, mas forma opinião . O que se fala na internet não enche URNA!

A TV e o corpo a corpo ainda são fundamentais. Por outro lado, cada vez mais a internet cumpre um papel importante, principalmente enquanto a campanha efetivamente não começou...Lembre-se disso antes de abrir a boca nas redes sociais e dizer bobagens.

2. Não entender o papel de cada um na internet.
Há coisas que, por questões institucionais ou simplesmente em função de estratégia, um candidato não pode fazer. É justamente por isso que você é importante – para fazer o que ele não pode fazer. Você pode, por exemplo, trollar Dilma e o PT à vontade por conta da suposta espionagem americana. O candidato não.

O tamanho da sua importância como voz oposicionista tem a ver com o tamanho do seu engajamento às palavras de ordem de quem está comandando o partido e/ou a aliança oposicionista. É assim que os petistas fazem. E é por isso que eles ganham eleições.

3. Criticar publicamente a estratégia da oposição!
Você acha que a oposição e/ou o candidato estão no rumo errado? Escreva um e-mail para ele, participe de um grupo de discussões fechado do partido e dê voz lá às suas ideias. Procure o diretório da sua cidade, peça uma reunião com o presidente municipal do partido e mande ver. Mas, a menos que você seja um especialista da área e saiba, exatamente, como fazer tal coisa sem causar danos, jamais critique publicamente a campanha, ou as atitudes do seu candidato. Você vai desestimular pessoas que não entendem muito de política, mas que estavam começando a gostar dele - e, o que é pior, vai fornecer munição para os petistas.


4.Chorar, em público, porque o seu pré-candidato não emplacou.
Este erro é uma especialidade tucana e já escrevi bastante sobre ele. Lembre-se: quando Lula decidiu que a candidata seria a improvável Dilma, você não viu nenhum petista chorando Palocci, ou criticando publicamente a escolhida. E é assim, aderindo imediatamente ao nome escolhido, que os petistas têm derrotado você ao longo de uma década. Trazer as guerras internas partidárias para a internet é um jogo de perde-perde.


5. Ficar falando só com o seu clubinho.
Ele só tuíta e posta no Face para impressionar os amiguinhos. É técnico em enfermagem, professor, ou engenheiro, mas quer impressionar a turma com o seu nível de politização. Ok, só que isto não é fazer oposição na internet. Fazer oposição na internet é tentar sair do seu círculo de relacionamento e atingir o maior número possível de pessoas. Isto só se alcança com: popularização da linguagem, cordialidade com possíveis aliados, e – olha que espanto! – falando bem do candidato potencial. Não um massacre panfletário, com cara de campanha, que mais espanta do que conquista seguidores. Apenas deixe claro que você é de oposição e apoia o candidato que a representa. Não precisa concordar com tudo o que ele diz. Mas esqueça as diferenças e exalte as ideias que você tem em comum com ele.

6. Ser uma matraca eleitoral.
É quase um subtipo da categoria anterior - e, não raro, trata-se de um militante filiado ou de um assessor parlamentar. Embora não seja nocivo, porque só tece elogios ao candidato da vez e desempenha um papel de mobilização importante junto à militância oficial, este tipo também não conquista muita coisa fora das fileiras partidárias. Ele passa os dias falando de política e é incapaz de postar um conteúdo mais leve – sobre humor, futebol, novela. Tudo nele é militância. Soa falso. E, por isso mesmo, ele é incapaz de conquistar quem precisa e pode ser conquistado: a maioria das pessoas – aquelas que não ligam muito para política, mas que passarão a consultar suas timelines quando se aproximar a hora de votar.


7. Ser um inocente útil a serviço do PT.
Não raro ele tem um passado à esquerda, tendo aderido à oposição depois de se decepcionar com Lula. Não é agressivo e gosta de pensar em si mesmo como um democrata. Em sua TL você vai encontrar militantes petistas, psolistas, verdes e comunistas – toda essa gente que, na hora do pega pra capar, acaba votando no candidato PT. Mas ele perde horas em debates com estas pessoas – talvez uma nostalgia dos tempos de militância na esquerda - na ilusão de que poderá fazê-las mudar de opinião. E, enquanto faz isso, vai lhes concedendo, vitrine, espaço e um tempo precioso – que poderia ser usado para buscar gente que realmente pode mudar de opinião e votar contra o PT. Este grupo inclui aqueles que olham, com carinho, para pseudo oposicionistas como, por exemplo, Marina Silva. Alegando que a candidatura dela é importante para garantir um segundo turno, o pobre idiota não se dá conta de que não precisamos dela para garantir um segundo turno em 2006 – e que o segundo turno de 2014 estaria mais folgado se ele estivesse, desde já, trabalhando pelo candidato que é, de fato, o representante da oposição.


8. Ser um boçal elitista.
Ele já perdeu três eleições vomitando a mesma ladainha e segue insistindo. De um modo geral, estes são indivíduos que não produzem muito conteúdo na internet. O negócio deles é divulgar e, principalmente, fazer a crítica do que os outros produzem.



9. Ser um direitinha xiita – ou um petista de sinal invertido. Para eles, o candidato de oposição ao PT nunca está suficientemente à direita. É uma gente que, a despeito da arrogância, desconhece o papel da conjuntura num cenário político, a influência de uma década de governo de esquerda na bagagem cultural do eleitor brasileiro e, principalmente, um elemento básico da política: a negociação. Querem simplesmente tirar o PT do poder – mas, a julgar pela atitude, não têm ninguém para colocar no lugar. É fácil identificá-los: tão agressivos quanto os petistas, eles xingam e ridicularizam membros da oposição que ousam, vejam só!, apoiar o candidato da oposição. Dedicam parte do tempo a xingar o PT de um jeito que nenhuma pessoa decente pode levar à sério. E o pior: também plantam constantemente, a ideia de que “não há oposição no Brasil” e de que “PT e PSDB são exatamente a mesma coisa – uma teoria da conspiração típica de certo filósofo autoexilado que este grupelho idolatra. Nocivos, eles passam dias inteiros na internet desarticulando e desmobilizando a oposição possível enquanto se autoproclamam a “única oposição verdadeira”. Se é verdade que o PT tem ativistas infiltrados na oposição, todos os indícios apontam na direção desta gente.



Caso você tenha se identificado com alguma das atitudes listadas acima – ou mais de uma, já que elas admitem sobreposição – saiba que você é livre para continuar errando. Mas pare de se iludir sobre estar fazendo oposição na internet. Porque, para começo de conversa, você nem sabe o que é fazer oposição. E é por isso que vive perdendo para o PT.


Fontes: narizgelado.blogspot.com.br e Página Dilma Rousseff, NÃO








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