quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ESSE CARA SOU EU!

"Não é novidade para os brasileiros que a política é a arte da incoerência. Mesmo assim, o PT consegue se superar e transformar-se em um verdadeiro monumento dedicado à incongruência.
Diante da possibilidade cada vez maior de Lula ser investigado pelo Ministério Público Federal no caso do Mensalão do PT, a partir das recentes denúncias feitas por Marcos Valério, integrantes do partido, sempre genuflexos e obedientes ao comandante-mor, classificaram o fato como absurdo. Não há qualquer dose de absurdo na decisão de se investigar Lula, que deve se dar por feliz que sua vida seja vasculhada apenas por causa do esquema criminoso que lhe permitiu comprar parlamentares no Congresso Nacional.

Longe de ser um semideus ou alguém inimputável, Lula precisa reconhecer que a última década da sua trajetória foi marcada por escândalos de corrupção, com os quais ele compactuou, mesmo alegando reiteradas vezes que de nada sabia. Lula, como é de conhecimento público, não é um ingênuo que por acidente de percurso chegou ao poder central. No máximo pode-se dizer que se trata de um apedeuta, um ignorante, mas em hipótese alguma deve-se considerar como alguém desprovido de inteligência. Lula é um animal político conhecido e reconhecido como tal, que para viver na selva da política apelou a comportamento ético dilacerante.

O que os petistas buscam no momento é evitar a derrocada do partido, que tem o nome envolvido em diversos casos de corrupção e está proporcionando um persistente espetáculo de incompetência na condução do País. Dilma Rousseff, que foi apresentada ao eleitorado verde-louro como a garantia de continuidade, foi obrigada, como ainda é, a conviver com o esquema que substituiu o Mensalão do PT. O loteamento da Esplanada dos Ministérios, onde muitas pastas são comandadas por políticos inexperientes e incapazes que mais parecem extraterrestres no Central Park em noite de Natal.
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O Lula e o PT que derrubaram Fernando Collor, hoje aliado do Palácio do Planalto, são os mesmos que se envolveram no escândalo do Mensalão. Assim como a essência, a coerência do ser humano não deveria mudar. Mas Lula, adulado pela “companheirada”, abraçou a incoerência e gostou do jogo da corrupção, cujo dinheiro fácil proporciona benesses que nenhum sindicato de trabalhadores é capaz de custear.
Mesmo que retome o discurso embusteiro de que é um inocente perseguido, vítima das elites, Lula deve ser investigado como um cidadão comum que desrespeitou a lei, no momento em que deveria dar o exemplo. Se as provas obtidas no curso da investigação forem robustas, além das já fornecidas por Marcos Valério, o ex-presidente deve ser julgado com a dureza da lei e, se necessário, condenado às penas previstas na legislação do País.

 Deixar de investigá-lo, diante de tantas provas, configurará crime de prevaricação por parte do Ministério Público Federal."

Esse Texto é uma parte de uma publicação de Ucho Haddad.

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