"Minha terra tem petralhas
Onde manda o Lula-lá
Não permita Deus que ele morra
Antes do STF o julgar
Sem que desfrute os horrores
Que na cadeia vai achar
Junto dos outros petralhas
Que defendem o Lula-lá".
Onde manda o Lula-lá
Não permita Deus que ele morra
Antes do STF o julgar
Sem que desfrute os horrores
Que na cadeia vai achar
Junto dos outros petralhas
Que defendem o Lula-lá".
No programa partidário do PT na TV, Lula e Dilma comemoraram uma década no poder. Criador e criatura fizeram uma espécie de dueto, alternando frases estimulantes sobre seus feitos nos três mandatos consecutivos e sobre o que ainda vem por aí. “A questão básica agora é a qualidade”, anunciou Dilma. Os brasileiros certamente acordaram eufóricos no dia seguinte. Depois de dez anos de governo, o PT tem a bondade de oferecer qualidade ao país. Agora ninguém segura. Nessa escalada virtuosa, depois da qualidade o governo popular talvez ofereça felicidade. E depois – suprema ousadia – honestidade.
Houve inclusive um ligeiro mal-entendido em torno da mensagem petista na TV. O partido prometeu ao povo, daqui para frente, “o segundo grande salto brasileiro”. Como a mensagem é um tanto enigmática, algumas pessoas entenderam que o PT estaria anunciando o “segundo grande assalto brasileiro” – dando a entender que os autores do primeiro assalto não serão mesmo presos, e portanto estariam aptos a repetir o golpe.
Mas essa é uma conclusão precipitada. Todos sabem que o PT não depende dos réus do mensalão para reeditar a trampolinagem. Nesse quesito, o que não falta ao partido é peça de reposição.
Não deixou de ser comovente, no show televisivo do PT, a euforia daquele pessoal que está há uma década defendendo com unhas e dentes seus cargos no primeiro escalão. Lá estava Fernando Pimentel, o ministro vegetativo do Desenvolvimento, que não largou o osso depois da descoberta de suas consultorias invisíveis e milionárias. A política é uma mãe. Ser presidente da República, por exemplo, é uma excelente opção para os sem vocação, esses que ficariam vagando pelo mercado de trabalho sem possibilidades de ascensão, ganhando mal e levando bronca do chefe. Uma pessoa assim virar presidente e passar a mandar em todo mundo, com murro na mesa e tudo que tem direito, é o autêntico milagre brasileiro. Mais gostoso que isso, só anunciar ao país a triunfal chegada da “qualidade” – com teleprompter, claro, para não arriscar demais.
E a qualidade está chegando aí, para todo mundo ver, com a criação do 39º ministério do governo popular. Mais cargos, mais verbas, mais alegria – e mais qualidade de vida para o Brasil, o país de todos os que assinaram as fichas de filiação certas. Que venham os próximos dez anos, porque ainda há muito para depenar.
Parte de um texto de Guilherme Fiuza (Da Revista Época).
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